A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Soneto


 
Eu preciso de música que flua
nas pontas finas, frágeis dos meus dedos,
nos meus lábios amargos de segredos,
com melodia líquida e nua.


Ah, a antiga ginga sã e crua
de uma canção que aos mortos dê guarida,
água que me cai sobre a testa erguida,
o corpo febril, um brilho de Lua!


A melodia pode enfeitiçar:
magia calma, respiração pura,
um coração que afunda no abandono

da mansa, escura imensidão do mar
e flutua pra sempre na verdura,
amparado no ritmo e no sono.


Elizabeth Bishop.
tradução, Jorge Pontual

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