segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
''Anseio''
Ah, eu quisera ser aquela árvore
coberta pelas garças brancas de vôo incerto!
Árvore plantada pelo acaso
à margem do rio enorme!
Árvore de frondes anantos,
desejosa, quase humana,
que se arrepia ao contato
das penas dos papagaios que passam!
Árvore que tem o grande amor do vento
e que da sombra para o gado descansar.
Árvore estéril, árvore bela, árvore fresca,
árvore amante de todos os crepúsculos,
no solstício do inverno ou do verão,
Árvore do pensamento das outras árvores!
- Adalcinda Camarão,
do livro "Poesia do Grão-Pará"
(seleção e notas de Olga Savary). Rio, Graphia, 2001.
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Um comentário:
Este espaço é um show de TERNURAS, de boa leitura... é um sonho passear por aqui! Beijinhos, sempre!!!
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