A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um poema de Nidia Horta

 



Preciso de voltar à idade
- do trigo loiro,
- das cigarras
-das borboletas
- de todo o fulgor
que só dura um voo...

Preciso de voltar
ao tempo da sensatez
quando não havia
- rugas no rosto
- escuros na tez...

Preciso de recordar o passado
- cerrar os olhos
- ver o mar azul
- ver as colunas de oiro
do mar do meu sul...

Preciso de escutar
- sussurros da memória
- vozes familiares
em sons de míticas saudades...

Erosão de imagens
que desfiguram a minha face
tão tranquila (outrora)...

Preciso de tempo
para o tempo que me resta...

O universo e a noite
são agora, apenas,
magia do pensamento...

Tornei-me idosa,
com mais chuva
e menos horizontes.

A consciência efémera,
a doçura do ensinamento
são moléculas perdidas,
algures, nos espaços...

Preciso, outrossim,
de desfalecer, por fim,
esquecida do tempo
em que não amei
nem vivi...

Nìdia Horta




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