A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 6 de outubro de 2012

Vida que se desvive
por viver, vida viva,
maravilha sedenta
coroada de ecos.
Cada murmúrio pulsa
atento a cada folha,
silêncio suspendido
por uma boca eterna.

A si mesmo sussurra
o céu canções de festa,
música a sós, e sol,
água, luz, ar e erva.

Som que ilumina fundo,
incessante milagre:
eu que me sinto ouvir,
a voz que faz memória.

A árvore na terra,
a canção sob o sol,
as folhas lá no céu,
o vento em meio às folhas.

Repleto de frescura,
meu sangue reconhece
esse frigir alado:
não há mais que universo.


Rodolfo Alonso
Tradução de José Jeronymo Rivera

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