A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 7 de outubro de 2012

''O NEGRO FALA SOBRE RIOS''


(UM POEMA DE LANGSTON HUGHES)
TADUÇÃO DE FERNANDO CAMPANELLA

Conheço os rios:
rios ancestrais como o mundo
e mais remotos que o fluxo de sangue humano
em veias humanas.


Minha alma tornou-se profunda como os rios.


Banhei -me no Eufrates quando a aurora
era ainda criança.
Construí minha choupana às margens do Congo
que me adormecia com suas canções de ninar.
Voltei meus olhos ao Nilo e acima dele
alcei as pirâmides.
Ouvi o canto do Mississipe quando Abe Lincoln
até Nova Orleans por ele navegou
e vi seu coração lamacento dourar-se por inteiro
a cada declinar do sol.


Conheço os rios,
rios nevoentos, imemoriais.


Minha alma tornou-se profunda como os rios.

(Tradução de Fernando Campanella)


THE NEGRO SPEAKS OF RIVERS
(Langston Hughes)

I've known rivers:
I've known rivers ancient as the world and older
[ than the flow of human blood
[ in human veins.

My soul has grown deep like the rivers.

I bathed in the Euphrates when dawns were
[ young.I built my hut near the Congo and it lulled me
[to sleep.
I looked upon the Nile and raised the pyramids
[ above it.
I heard the singing of the Mississippi when
[ Abe Lincoln went down to New Orleans,
[ and I've seen its muddy bosom turn all
[ golden in the sunset.

I've known rivers:Ancient, dusky rivers.

My soul has grown deep like the rivers.

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