A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

'Novas diagonais'



Calejei-me: sou magna-impenetrável,
Psico-impermeável, tranquilizadoramente forrada de calos.
Estrela vermelha com nervos antiabalos.
Roí o tempo carrasco e insuportável,
Dias e dias quais eras de esferas solitárias:
Clausuras de saudade maçante entupindo artérias de silêncio.

Vomitei a dor famigerada, a tortura inquisitória,
Rasguei o véu cinzento do sacrifício:
Anestesiei-me de ti!
Pisoteei tua ausência descabida, alardeada como hospício:
Tornei não recorrente a retórica exasperante
Da tua boca úmida e insistentemente ausente.

Alargo as madrugadas em luas desfraldadas,
Disponível ao presente, até que outro rosto se apresente
E trace diagonais passionais na minha pele enluarada.
Teu tempo já é nada, vertente desfigurada,
Anulada na luz nascente de outra estrada.
Tantas vezes morri, já tanto renasci de superar-me!

Stella de Sanctis

2 comentários:

Unknown disse...

Encantador!A poética do recomeço aqui tão bem cantada!

Unknown disse...

Encantador!A poética do recomeço aqui tão bem cantada!