A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 24 de março de 2012

"DOR OCULTA"


Quando uma nuvem nômade destila gotas,
Roçando a crista azul da serra,
Umas brincam na relva, outras tranquilas
Serenamente entranham-se na terra.

E a gente fala da gotinha que erra
De folha em folha e, trêmula, cintila,
Mas, nem se lembra da que o solo encerra
Da que ficou no coração da argila!

Quanta gente que zomba do desgosto mudo,
Da angústia que não molha o rosto
E que não tomba, em gotas, pelo chão.

Havia de chorar, se adivinhasse,
que há lágrimas que correm pela face
e outras que rolam pelo coração!

Guilherme de Almeida
in Messidor

Um comentário:

dade amorim disse...

É lindo, é do grande Guilherme de Almeida.
Obrigada pelo poema.
Beijo.