A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

TOPOGRAFIA*

Nas mãos,
a planta aflita
da cidade.

Nas mãos,
em concha,
o homem
acolhe da vida:

O alarido
dos bares,
os cantos e sinais,
as danças circulares.

Os sinais de sereno
embalam
sua vida insone.

Nas mãos,
a boca e línguas
da sua idade.

As vozes, luzes,
esquinas, escolas,
parques, mercados,
feiras, infância e infâmia:

Acasos e ocasos
que aviltam
seus sonhos e olhos
sem qualquer cerimônia.


*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”

3 comentários:

Fernando Campanella disse...

O Jairo muito bem representado aqui, nosso grande e talentoso amigo, por quem tenho o maior respeito pelo conhecimento poético e sensibilidade. Belo poema, bela escolha, Mada. Bjos.

Topografia Com disse...

Maravilhoso poema, faz a gente sentir que ainda existe salvação para o planeta e o que mais chama atenção é que a Topografia faz realmente parte deste contexto. Muito interessante você colocar o nome do poema como Topografia.

Está de parabéns, obrigado por alegrar meu dia.
A musica também é relaxante...

:)
@topografiacom

Helena Castelli disse...

... aqui também bate o sineiro
um sino doce, pequenino
e da branca torre, no Natal,
todo ano como num encanto
desce do Deus menino
um soprinho.
(Fernando Campanella)

Desejo que já estejas usufruindo com seus familiares e amigos... das bençãos que nos trás o Natal.

Beijos de Feliz Natal!