A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sombras sonoras




Numa tarde de abril, serena e lânguida,
eu me entretinha absorto a imaginar.
Como flores de calêndula no ar
a minha tarde se fazia cândida –
os amarelos eram parte grande da
cor que inundava a tarde no lagar.
Enquanto eu me inclinava a meditar,
o pôr-do-sol ia buscar o sangue da
aura pra tingir o céu aberto,
tremeluzindo o sol, quase encoberto,
a rendilhar o outono tropical.
E as borboletas, palpitando cores,
vão da calêndula beijando as flores
em um silencioso carnaval.

Ildásio Tavares 
Excerto do Livro -  Sombras Sonoras

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