terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Salmo à Vida
Não me faleis, em enlutados versos,
Que um sonho vazio seja a vida!
Pois morta é a alma que adormece
E as aparências enganosas são.
Genuína, a vida! Vida, coisa séria!
O fim último o túmulo não é;
“Sois pó e ao pó retornais”,
Assertiva não condizente à alma.
Nem só de alegrias ou de tristezas
Se traçam nossos destinos
Mas de atos cumpridos a fim de que cada amanhã
Um passo melhor do que hoje seja.
Longa é a tarefa e fugaz é o Tempo,
Nosso corações, posto fortes e valentes,
Como tambores surdos ainda tocam
Marchas fúnebres a caminho do túmulo.
Que no amplo campo de batalhas do mundo
No bivaque da vida,
Não sejais gado inerte e submisso!
Um herói sede na luta!
Ainda que promissor, no Futuro não confieis!
Deixai que o Passado morto os que se foram sepulte!
Agi – no Presente em vida, agi!
Com o coração aberto e com Deus no Alto!
Recordar nos fazem todos os grandes homens
Que podemos tornar sublimes nossas vidas;
E, na despedida, deixar devemos
Nas areias do tempo nossas marcas –
Marcas que, quiçá, um outro ser,
Da vida velejando sobre o mar solene,
Um irmão, náufrago à deriva,
Avistando-as, a esperança há de reaver.
Em alerta e em ação permaneçamos sempre.
Com o coração a qualquer situação pronto
Alcançar procurando, perseguindo sempre,
A lutar e a esperar aprendei.
Henry Longfellow
(Tradução de Cunha e Silva Filho)
[Arte: Morgaine lefee]
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