domingo, 6 de julho de 2014
DA MINHA JANELA
Desta janela aberta aos eflúvios de abril,
Vendo os que vão e vêem, a alma sonha e medita:
- “Pela vida a lutar nesta faina febril,
Este e aquele aonde vão? de onde vêem nesta grita?”
O que se ama ou se odeia ou se busca ou se evita,
Tudo se cruza aqui numa trama sutil.
- Quantos a morte leva ou seja nobre ou vil,
Enquanto em pleno sol o vivente se agita? –
E penso então que desde o tempo mais distante
A rua vê correr a humana vaga, e nela
Nada mudar da vida o drama palpitante.
E que outras ondas sempre aqui virão rolar...
Sempre as mesmas! Porém, desta minha janela,
Outros – não eu! – virão vê-las ir e voltar...
Joséphin Soulary
(Trad. de Emilio de Menezes)
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