segunda-feira, 23 de julho de 2012
"SONETO"
Desponta a estrela d’alva, a noite morre.
Pulam no mato alígeros cantores,
E doce a brisa no arraial das flores
Lânguidas queixas murmurando corre.
Volúvel tribo a solidão percorre
Das borboletas de brilhantes cores;
Soluça o arroio; diz a rola amores
Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.
Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma
Às carícias da aurora, ao céu risonho,
Ao flóreo bafo que o sertão perfuma!
Porém minh’alma triste e sem um sonho
Repete olhando o prado, o rio, a espuma:
- Oh! mundo encantador, tu és medonho!
Fagundes Varela
In ‘Vozes da América’ (1864)
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2 comentários:
Olá! fiquei encantada com suas postagem, obrigada por todas as palavras escritas, um forte abraço a vc.
Olá! fiquei encantada com seus poemas, e agradeço vc por todas as palavras deitas em poemas. um forte abraço.
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