A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vandalismo

(Ogiva da Basílica de Saint-Denis, Paris)

Meu coração tem catedrais imensas,
templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos templários medievais,
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

Augusto dos Anjos
do Livro 'Eu'

3 comentários:

Silvia disse...

Oi Maria
como é bom ler poemas tão bonitos, apesar da época distante em que foram escritos. Esse é lindo.
Abraço

Sight disse...

Olá,
Sempre que aqui me detenho... redescubro sempre a magia da palavra.
Excelente escolha.
Parabens

vieira calado disse...

Um belo poema em forma de soneto,
sim senhor!

Saudações poéticas!