Meu coração tem catedrais imensas,
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Vandalismo
(Ogiva da Basílica de Saint-Denis, Paris)
Meu coração tem catedrais imensas,
Meu coração tem catedrais imensas,
templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos templários medievais,
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Augusto dos Anjos
do Livro 'Eu'
PAZ
Vamos hacia los árboles... el sueño
Se hará en nosotros por virtud celeste.
Vamos hacia los árboles; la noche
Nos será blanda, la tristeza leve.
Vamos hacia los árboles, el alma
Adormecida de perfume agreste.
Pero calla, no hables, sé piadoso;
No despiertes los pájaros que duermen.
Alfonsina Storni
PAZ
Caminhemos até as árvores... o sonho
Se fará em nós por virtude celeste.
Caminhemos até as árvores; a noite
Nos será branda, a tristeza leve.
Caminhemos até ás árvores, a alma
Adormecida de perfume agreste.
Cala-te, porém, sê piedoso, não fales;
Não despertes os pássaros que dormem.
Alfonsina Storni
(Livre tradução de Fernando Campanella)
Se hará en nosotros por virtud celeste.
Vamos hacia los árboles; la noche
Nos será blanda, la tristeza leve.
Vamos hacia los árboles, el alma
Adormecida de perfume agreste.
Pero calla, no hables, sé piadoso;
No despiertes los pájaros que duermen.
Alfonsina Storni
PAZ
Caminhemos até as árvores... o sonho
Se fará em nós por virtude celeste.
Caminhemos até as árvores; a noite
Nos será branda, a tristeza leve.
Caminhemos até ás árvores, a alma
Adormecida de perfume agreste.
Cala-te, porém, sê piedoso, não fales;
Não despertes os pássaros que dormem.
Alfonsina Storni
(Livre tradução de Fernando Campanella)
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
ALVA PAISAGEM
Sim, na Espanha dos teus olhos
Debrucei meus lábios cansados:
Sol e sede me fizeram avesso,
Lento ao reconhecer o alimento.
Sim, na França da tua boina inclinada
Descobri outra vida, outros hábitos:
Lua e mar me conferem o desvelo,
Estranhos rios do país que desejo.
Sim, no amanhecer do teu corpo
Apreendi inteira farmácia do amor:
Ervas em brava salmoura, alguidares
de prazer e pavor; ternura e outra cor.
Sim, na arena dos teus atos mais simples,
Avistei caravelas; na algazarra, a calmaria:
Sargaços rompidos, novo olhar sobre a dor
- perfume. Lá fora, os fantasmas da maresia.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
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