A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

Seja bem-vindo. Hoje é
Deixe seu comentário, será muito bem-vindo, os poetas agradecem.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

MUTAÇÃO



Onde a fonte habitual do sonho?
Onde a esperança?
Onde aquela segura confiança
No dia de amanhã?

E o suave rosto amanhecente,
Com seu olhar e seu sorriso?
E as tempestades emotivas,
A desabar em pranto e sorriso?

Como chegou, tão de repente,
Este sabor de tédio e morte?

Despreocupada, a gente adormece
Em mocidade.
Eis que desperta, subitamente,
Na outra margem.

Quando se faz a travessia?


- Helena Kolody,
em "Viagem no espelho".
5ª ed., Curitiba: Editora da UFPR, 1999,.

MUSICA ETERNA



Rumor obscuro da chuva,
Idêntico e antigo,
Acalentando a noite.

Dança de folhas, despercebida:
Mata em sussurro.

Claro ritmo das chamas
Alegrando lareiras.


- Helena Kolody, 
do livro "A sombra no rio"/em:'Sempre poesia - antologia poética'.
Curitiba: Editora Ímã Publicidade, 1994.

CANÇÃO DO INVERNO


Cai a neve, de mansinho...
Cai a neve em meus cabelos,
Que eram de ouro e são de luar.

Altas torres de castelo...
Cai a neve, de mansinho,
Para os sonhos sepultar.

Cai a neve... tão de leve!

No meu rosto, brando e brando,
Será a neve resvalando.
Ou é o pranto a deslizar?

Helena Kolody
Do livro Viagem no Espelho,
Editora UFPR, 1999, Curitiba/PR