sábado, 9 de junho de 2007
"DA PROPENSÃO À PONTUALIDADE"
Não é que eu tenha nascido em outra parte.
Muito menos, que me preocupe o tempo
em sua beleza de abstrata redondez lunática.
É que os minutos me mordem os calcanhares
formigas enfurecidas urgindo-me a fazer
a não me deter em função dos finais.
É muito certo
a pressa é um agulheiro na calma do insone
uma muralha na planície dos sonhos
um bebedouro de ilusões que amiúde falham
Não é que me avassale o medo do atraso
porém me esvai a magia
perdi as fórmulas os hieróglifos as poções
a chave dos segredos que guardava
as coisas que o sábio Fritz confiou a meus ossos
Confesso
Cada vez sou menos eu
E mais o que vivi.
Por isso é que me apuro
para não chegar tarde
ao que realmente fui
quando tudo acabar.
Consuelo Tomás
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