A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 16 de novembro de 2013

"Um poema de Moacir Félix"


Inalterável, eu, que atravessei o tempo
com a mensagem triste dos velhos outonos
presa no meu relógio,
eu, védica sandália, Atenas grave e trágica
ou doce fruto de uma dor hebraica,
às margens deste rio
cantarei no que fui como criança

a lenda


de uma princesa adormecida
(tão bela como a vida)
que dormia e dormia
(tão bela como a vida)
até que a despertaram
tão bela como a vida.


Moacyr Félix*



*Moacyr Félix (de Oliveira) nasceu no Rio de Janeiro em 11 de março de 1926. Fez o antigo curso primário e parte do antigo ginásio em Juiz de Fora, Minas Gerais. De 1939 a 1941, já no Rio de Janeiro outra vez, concluiu o ginasial no colégio Santo Inácio, onde também fez um curso complementar de Direito da Universidade Católica do Rio.

Ainda como estudante de direito, e depois como advogado, trabalhou no Departamento Jurídico da Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas (Caeeb), de 1946 a 1949.


Em 1950, foi convidado oficialmente pelo governo francês para prosseguir seus estudos na França, na qualidade de étudiante patronné, seguindo até 1953 vários cursos de filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Paris (Sobornne). Foi aluno, então, de grandes nomes como Etienne Souriau, Jean Poirier, Jean Wahl, Merleau-Ponty e Gaston Bachellard. Em 1953, estudou filosofia com o prof. M. Goueroult, e psicologia e história das artes plásticas com os profs. René Huyge e Pierre Francastel, no Collège de France. Ainda em Paris, trabalhou, durante dois anos, como redator e locutor de um programa de Radiodifusão e Televisão Francesa para a América Latina.


De volta ao Brasil, em 1954 e 1955, foi membro do Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (Ibesp). Em 1954, fez parte da equipe de redação da revista literária Marco, e de 1954 a 1956 integrou a comissão de redação da revista Caderno do Nosso Tempo, do Ibesp (sendo o seu ensaio mais conhecido o publicado sob o título "Aspectos da Questão Colonial", no nº 2 dessa revista).

[Tela by Christian Schloe]

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