A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 19 de outubro de 2013

''TRANQÜILIDADE''


A água misteriosa
pelas montanhas
desce,
sem cessar,
sem se ouvir...

Tranqüilidade.
Longe, na curva do oceano,
as velas
silenciosas,
sem se moverem,
sem se ouvirem,
avançam...

Tranqüilidade.
Espaçadamente,
mais uma pétala murcha
no chão recoberto de flores
aparece,
sem se ver,
sem se ouvir.

Tranqüilidade.
O perfume das árvores, dos campos,
canta, nas urnas de pólen,
o silencioso canto de amor...

Tranqüilidade.
Descendo às furnas úmidas
de mim mesmo,
paro,
e
debruço-me
sobre o lago inestanque,
imóvel,
do meu Pensamento.

Tranqüilidade.

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda,
de 'Inscrições da estrela interior',
in Obras literárias Prosa e poesia, 1960.

(Maceió, 23 de abril de 1892 — Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1979) foi um jurista, filósofo, matemático e escritor brasileiro.

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