A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

''Beira de rio''


Nunca me ha de esquecer a beleza, a poesia
dessa beira de rio, azul, ao sol radiante,
em que dias passei repletos de alegria,
na minha adolescência em flor, linda e distante!

A risonha sazão florigera corria.
Longe ia a cheia atroz ... Era pela vazante.
E a safra de um olor misterioso embebia
o ar todo a trescalar a mel puro e fragrante.

O “Morrinho” no azul seu vulto delineia,
e a praia é fulva, ao sol, e o canavial ondeia,
da várzea para além, num suave pendor...

E eis-me a ver, a alma inerte e lânguidos os músculos,
incendiarem o poente os rubidos crepúsculos
e baixar o luar do céu todo esplendor ...

  José de Mesquita,
‘Impressões e Paisagens, Mato--Grosso pinturesco’ -
em "Terra do Berço".

 Cuiabá: Escolas Profissionais Salesianas, 1927.

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