A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ELA, SOB ÁRDEGO E CARO SUPLÍCIO

Vem, atrela, alavanca e mais ordena.
Encanta, sua, assanha, sobrenada.

Solta o verbo; profere a sagrada
E profana ordenha. Nada quero à toa.

Diz para, como quer, e a que veio:
Com a Voz que me alimenta e creio.

Sobe, monta, morde e crava alvos
Dentes de marfim sobre cada seio.

Escava, finca, amolda, avilta meu Ser.
Dispa-me; grita como quer e devo ceder.

Na ponta e pente da Língua, mata:
A sede, com força e flauta de seda.

Ata-me em visgo e sal ao céu em cio:
Resgata da morte aquele infinito rio.

Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”

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