A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

SONETO



Vínhamos de ontem como quem da sorte,
embora finda a vaza, não se olvida
e a quer de novo, quando novas cartas
tem entre as mãos, como nos têm os dias.


Os naipes jogo sobre a mesa. Espero
que cada lance nunca se repita,
mas possa ver o céu que amanhecia
outrora, no que vai surgir da noite


aberta inteira sobre o verde. E quero
que seja agora meu o haver passado
como as tardes se foram, mas as somos.


Incerto, ganho. Pois em nós o tempo
refaz de claridade o que perdemos
e repõe no universo o que foi sonho.



Alberto da Costa e Silva
In: As Linhas da Mão (1978)

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