
Uma casita branca entre arvores, olhando
A paisagem que o mar tão triste fez.
A flor da noite se encaracolando
Pelas colunas de um balcão chinês.
Um sorriso de rosas, lado a lado,
Aberto as lindas tardes de verão.
Bater as asas frementes no telhado,
De asas que vem ruflando e asas que vão.
A nortada a ferir harpas eólias
Num fragmento sutil de ária qualquer.
Fora um perfume vago de magnólias,
Dentro um perfume quente de mulher.
Entre as telas e os níveos cortinados,
Na penumbra da sala o suave olhar
Daqueles olhos bem aventurados
Onde a gestos de santa a me perdoar...
O piano a um canto, em sombra e segredos
Envolto, quito e lúgubre , a sentir
Na noite, como ao frêmito de uns dedos,
Um resto de Noturno a se extinguir...
As sombras e o silêncio que despertam
No último olhar da lâmpada a morrer...
A volúpia dos braços que se apertam
E as bocas que se esmagam se querer.
Olegário Mariano
de Antologia de Poetas Brasileiros
Alzira Freitas Tacques
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