segunda-feira, 11 de junho de 2007
"CÁTEDRAS"
Com saudade de mim inclino-ne na noite.
Ó muros da solidão, escorrrendo lágrimas!
Saudade daquela tristeza que amei
e da paciência com que a deixei passar
como se espera caridosamente que passem
pelas ruas os aleijados ou os enterros.
Nunca mais seremos de tal modo tristes,
porque afinal tristeza e alegria se tornarão
o mesmo rosto da nossa alma.
Nunca mais serei que era e se comtemplava,
ainda dividida
e aprendia sozinha a assim deixar de ser.
Do alto das cátedras melancólicas
um dia, afinal, sorrimos
para os distantes exercícios
da alma principiante.
Cecília Meireles
in "O Estudante Empírico"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário